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quinta-feira, 9 de junho de 2011

Os símbolos dos Jogos

Algo que sempre dá muito o que falar antes do início de uma Olímpíada são os logotipos oficiais, geralmente elaborados por designers do país sede e decididos com bastante tempo de antecedência. Heróis Olímpicos do Brasil, relembra aqui os últimos símbolos olímpicos, e abaixo você confere uma imagem de um atleta ou equipe brasileira que se destacou em cada uma destas edições:

Jogos de Los Angeles - 1884
Vôlei masculino - Prata



 
Jogos de Seul - 1988

Aurélio Miguel - ouro no Judò

Jogos de Barcelona 1992



Vôlei masculino - ouro


Jogos de Atlanta - 1996

Jaqueline e Sandra - ouro no vôlei de praia
Jogos de Sidney - 2000

Robert Sheidt - prata no Iatismo


Jogos de Atenas - 2004


Rodrigo Pessoa - ouro no Hipismo



Jogos de Pequim - 2008



Vôlei Feminino - ouro


Os logos das próximas Olímpiadas já estão escolhidos. Quem serão os brasileiros que irão brilhar nos Jogos de Londres e do Rio de Janeiro?



Cielo e os heróis das piscinas

A natação recebeu atenção especial durante as Olimpíadas de Pequim, em 2008, sobretudo devido ao desempenho fenomenal do americano Michael Phelps , que conquistou oito medalhas de ouro e se tornou o maior campeão olímpico de uma única edição dos Jogos – superando seu compatriota Mark Spitz que havia ganho sete em Munique, 1972. Mas as águas do complexo Cubo D´Água também entraram para a história do esporte brasileiro com a conquista do ouro inédito de César Cielo, nos 50m livre.

Porém, antes de chegar ao ouro olímpico, a natação brasileira teve outros heróis, que quase atingiram o feito e influenciaram as seguintes gerações – os mais recentes, inclusive, tem grande participação na medalha dourada de Cielo.

A história de conquistas do Brasil na modalidade teve início em 1952, em Helsinque, quando Tetsuo Okamoto conquistou o bronze na cansativa prova de 1500m livre. O País conquistou mais dois terceiros-lugares com Manuel dos Santos Júnior, nos 100m livre, nos Jogos de Roma 1960, e no revezamento 4x200m livre, formado por Djan Madruga, Ciro Delgado, Jorge Fernades e Marcus Mattioli, em 1980, em Moscou.

Foi, no entanto, nos Jogos de Los Angeles, em 1984, que a natação brasileira começou a ganhar destaque da imprensa. Ricardo Prado, que dois anos antes havia batido o recorde mundial nos 400m nado medley com apenas 17 anos, chegou a competição como um dos favoritos, apesar da pouca idade. E apesar de não ter conquistado o ouro inédito, não decepcionou o público brasileiro e conquistou a medalha de prata. O vencedor foi o canadense Alex Baumann.

Prado ainda conquistaria dois ouros e duas pratas nos Jogos Pan-Americanos de Caracas, em 1983. Mas só nos Jogos de Barcelona, em 1992, o Brasil conseguiu superar o feito de Prado. Gustavo Borges, então um jovem de 20 anos, aparecia no cenário mundial como um dos possíveis rivais do também jovem, mas já favorito, russo Alexander Popov.  E o brasileiro, de fato,  teve um desempenho extraordinário e conquistou duas pratas, nos 100 e 200m livres.

Nos Jogos seguintes, em Atlanta, o Brasil veio muito forte e confiante na dupla formada por Borges e Fernando Scherer, o Xuxa. E o resultado veio em forma de duas medalhas. Ambos acabaram sendo superados por Popov, nas provas de 100 e 50m livres, respectivamente, e terminaram com a prata.
Os dois ainda levariam um bronze nos Jogos de Sidney, em 2000, ao lado de Edvaldo Valério e Carlos Jaime, nos 4x100 livre. Mas Gustavo Borges e Xuxa não terminariam por aí a sua participação nas conquistas olímpicas do Brasil.

Em 2003, Borges passou a treinar, em São Paulo, com um jovem promissor, nascido em Santa Bárbara d´Oeste, interior de São Paulo, em 1987. O garoto loirinho e meio tímido era Cesar Cielo, que diz ter aprendido muito com as técnicas e conselhos do ídolo Gustavo Borges, que, já em final de carreira, dedicou atenção especial ao futuro campeão.

Foi Borges, inclusive, quem levou Cielo à Universidade de Auburn, nos Estados Unidos, onde o jovem conheceu o treinador australiano Bret Hawke, seu grande mentor. Ali, Cielo intensificou seus treinos e pôde competir com os grandes atletas da modalidade no mundo, incluíndo o grande expoente da natação atual , o americano Michael Phelps. Hawke, aceitou o pedido de Cielo e passou também a fazer parte da comissão técnica da equipe brasileira, para dar sequência ao programa de treinamentos do jovem.

Em 2007, vieram os primeiros grandes resultados e em águas brasileiras. Nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, Cielo conquistou três medalhas de ouro e uma de prata. O brasileiro se mostrou um fenômeno, sobretudo, nas provas curtas de 50 e 100m livre.

A consagração total, no entanto, não demoraria a chegar. Nos Jogos de Pequim, após uma incansável preparação e com muita garra, Cesar Cielo atravessou os 50m livres com o tempo de 21s30, que lhe garantiu o primeiro ouro da história da natação brasileira. Na comemoração, “Cesão” dedicou o título a Gustavo Borges, seu grande ídolo e incentivador. Fernando Scherer, o Xuxa, era o empresário e conselheiro de Cielo na ocasião e também tinha grande participação na conquista inédita.

O choro incontido de Cielo ao receber a medalha de ouro e ouvir o hino nacional no topo do pódio, em Pequim, foi um dos momentos mais emocionantes dos Jogos e dificilmente será esquecido pelos brasileiros. O nadador conquistou ainda o bronze, nos 100m livres. Confira abaixo, imagens da gloriosa conquista de Cesar Cielo:


quarta-feira, 8 de junho de 2011

Bi-campeão em busca do recorde

Aqui no blog, já contamos a história de Torben Grael, o maior atleta olímpico da história do País. Agora, abriremos espaço para outro grande iatista brasileiro que pode até superar o recorde de seu antecessor: Robert Scheidt, dono de quatro medalhas olímpicas, sendo duas de ouro.

Robert nasceu em São Paulo, em 15 de abril de 1973 e já aos nove anos, incentivado pelo pai, começou a velejar nas águas da represa de Guarapiranga, no Yatch Club de Santo Amaro.  Na época, o menino loirinho, já alto e atlético para a sua idade, gostava de praticar tênis, mas foi mesmo na vela onde encontrou o caminho que o levaria à glória olímpica.

Aos 12 anos, Sheidt já era tri-campeão sul-americano da classe Optimist de vela, formada por crianças de 7 a 15 anos. Após excelentes resultados, o jovem mudou de categoria e foi colecionando títulos nacionais e, em 1990, decidiu que seria realmente um atleta de elite e viajou à Dinamarca e à Suécia, onde intensificaria seus treinos.

Em 1995, Robert Sheidt já era campeão mundial junior na categoria Laser, mas foi nos Jogos Pan-Americanos em Mar del Plata, na Argentina, que o brasileiro realmente se apresentou à imprensa e ao grande público brasileiro, com a medalha de ouro conquistada, seguido do primeiro título mundial adulto, conquistado em Tenerife, na Espanha.

A consagração, porém, viria no ano seguinte: com apenas 23 anos, Robert Sheidt supreendeu o mundo ao vencer a categoria Laser e conquistar sua primeira medalha de ouro olímpica. No mesmo ano, se formou em Administração na Universidade Presbiteriana Mackenzie.

A essa altura, Sheidt já era o grande nome do iatismo no planeta, e ele se manteve no topo nas três olimpíadas seguintes. Em Sidney 2000, conseguiu a prata. Em 2004, voltou a dominar as águas atenienses e abocanhou mais um ouro que já o colocava no seleto hall dos bi-campeões olímpicos.

Quatro anos depois, em Pequim, Sheidt teve a honra de ser escolhido o porta-bandeira da delegação brasileira no desfile de abertura no Estádio Ninho de Pássaro.

Na hora de competir, o brasileiro teve problemas no início das regatas, mas conseguiu se recuperar e terminou com mais uma prata que o colocou definitivamente na história do esporte olímpico do Brasil: Scheidt é o único atleta do País a conquistarquatro medalhas em quatro Olimpíadas consecitivas. 

Além das medalhas olímpicas, Robert Sheidt conquistou nove campeonatos mundiais, além de outros dois ouros e duas pratas nos Jogos Pan Americanos. Tal currículo o coloca atrás apenas de Torben Grael - que possui cinco no total -, mas em 2012 os dois disputarão uma vaga na classe Laser, e caso seja o representante brasileiro nos Jogos de Londres, Sheidt poderá se tornar o maior atleta olímpico brasileiro e único tri-campeão do País.

domingo, 5 de junho de 2011

Maurren e o ouro da superação

Maurren Higa Maggi se apresentou pela primeira vez ao público brasileiro cantando o hino nacional no lugar mais alto do pódio com as unhas pintadas com as cores de nossa bandeira e um ursinho de pelúcia no colo. A cena aconteceu nos Jogos Pan Americanos de Winnipeg, no Canadá, em 1999, após a vitória da atleta no salto em distância. A inocência e a alegria da menina de 23 anos comoveram a todo o País, que mal fazia ideia de onde essa brasileira poderia chegar e quantos desafios ela teria de enfrentar em sua carreira.
Em 2003, Maurren já era uma das atletas mais famosas do País e conquistara o terceiro lugar no campeonato mundial daquele ano, disputado em Birminghan, na Inglaterra. Porém, poucos dias antes do início do Pan Americano de Santo Domingo, onde pretendia defender seu título, a brasileira sofreu o golpe mais duro de sua carreira: seu exame antidoping deu positivo para substância Clostebol, primeira droga na lista de proibições da Associação Internacional de Federações de Atletismo.
Maurren se explicou dizendo que não sabia que o creme cicatrizante Novaderm - que teria sido aplicado após uma sessão de depilação definitiva - continha tal substância, mas sua defesa não foi aceita e ela recebeu dois anos de punição. A atleta se mostrou muito abatida após seu afastamento e parou de praticar o esporte. Durante todo o período de punição, cuidou do nascimento de sua filha Sofia, em Mônaco, onde residia com seu então marido, Antônio Pizzonia, piloto de Fórmula 1.
Foi Sofia, inclusive quem lhe deu forças para voltar ao atletismo quando se encerrou o período de punição. Em 2006, a Maurren já estava de volta às pistas e com muita força de vontade conseguiu classificação para o Pan do Rio, que seria disputado no ano seguinte. Na cidade maravilhosa, a atleta voltou a sorrir e a chegar ao lugar mais alto do pódio.
Porém, foi em 2008 que Maurren escreveu definitivamente seu nome na história: a brasileira fez a melhor marca na prova do salto em distância - 7,04 m, um centímetro a mais que sua principal rival, a russa Tatiana Lebedeva – e conquistou a primeira medalha de ouro do atletismo feminino do Brasil. No pódio, a medalhista brasileira não conteve as lágrimas e dedicou a vitória a sua filha. “É pela Sofia que eu estou aqui. Tenho certeza de que Deus fez um caminho diferente, mas para dar tudo certo.”
Maurren Higa Magi,nascida em São Carlos (SP), em 1976, é um dos grandes exemplos de superação de nosso País. Ela soube saltar toda a desconfiança após ser acusada de doping e com muita esforço e perseverança se tornou a maior atleta olímpica do Brasil. Confira abaixo uma homenagem preparada pelo programa Esporte Espetacular da Rede Globo, após a conquista da medalha de ouro, ao sim de O Portão, do rei Roberto Carlos:

Um salto para a eternidade

O Blog Heróis Olímpicos do Brasil não poderia deixar de contar a história de um dos primeiros grandes nomes do esporte nacional, que chegou ao lugar mais alto do pódio em Jogos Olímpicos em duas ocasiões, numa época em que o Brasil ocupava papel de mero coadjuvante no atletismo mundial: Adhemar Ferreira da Silva.
O brasileiro, nascido em 29 de setembro de 1927, em São Paulo, conquistou sua primeira medalha de ouro internacional no santo em distância, em 1951, nos jogos Pan-Americanos de Buenos Aires. Mas o nome de Adhemar entrou mesmo para a história do esporte brasileiro depois de conquistar a medalha de ouro nos jogos Olímpicos de Helsinque, em 1952, na Finlândia. Além da medalha de ouro, ele bateu o recorde mundial ao saltar 16,22 m, marca que foi considerada o limite humano, na época.
A essa altura, Adhemar já era uma celebridade do esporte mundial, mas queria mais e conseguiu: voltou a ser campeão olímpico em 1956, em Melbourne, na Austrália. Antes da prova, uma dor de dente quase o tirou das pistas. O brasileiro conseguiu se recuperar e saltou 16,36 metros. Adhemar Ferreira da Silva foi o primeiro e único atleta brasileiro a conquistar dois títulos consecutivos em Olimpíadas.
Adhemar se despediu das pistas em 1960, após saltar 15,07 m nos jogos olímpicos de Roma, onde quase não participou por devido a problemas pulmonares. Ídolo das torcidas do São Paulo e Vasco da Gama, Adhemar morreu no dia 12 de janeiro de 2001, vítima de um ataque cardíaco fulminante. Até hoje o São Paulo Futebol Clube carrega duas estrelas no peito, que representam suas conquistas olímpicas.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

A Geração de Prata e a Pátria de Joelheiras

O Brasil é conhecido mundialmente como o país do futebol, e o número de títulos e de grandes craques do esporte justifica tal alcunha. Além disso, todas as pesquisas apontam a modalidade de Pelé, Zico, Ronaldo e Neymar como a mais popular e amada do brasileiro. No entanto, o vôlei brasileiro vem ganhando cada vez mais espaço e popularidade, e, ao menos em número de conquistas, já superou o futebol.

Atualmente, o Brasil é o atual campeão Mundial de vôlei - tanto na categoria masculina quanto na feminina -, tem uma das ligas mais importantes e competitivas do planeta e nomes como Giba, Sheila, Murilo, Mari, Bernardinho e José Roberto Guimarães já são muito conhecidos e, sobretudo, admirados pelo público brasileiro. Mas antes de se tornar também o país do vôlei, o Brasil teve que se desenvolver muito no esporte e grandes nomes marcaram gerações passadas, sobretudo, em Olimpíadas.

Neste post, abordaremos as grandes campanhas do vôlei brasileiro apenas na categoria masculina e é impossível não citar a equipe de 1984, que deu início a essa história de conquistas nacionais: a inesquecível “Geração de Prata”.

O Brasil disputou todas as edições de jogos olímpicos desde que o vôlei foi inserido entre as modalidades, nos Jogos de Tóquio 1964, mas apenas vinte anos depois obteve sua primeira grande conquista. A seleção dirigida por Bebeto de Freitas e formada por Bernard, Bernardinho, Montanaro, Xandó, Fernandão, William, Renan, Ruy, Marcos Vinícius, Domingos Maracanã e Amauri encantou o Brasil e o mundo, e com a medalha de prata conquistada nos Jogos de Los Angeles abriu as portas para o desenvolvimento do esporte no País.

Na ocasião, o Brasil fez uma ótima campanha, batendo, inclusive, os Estados Unidos, por 3 sets a 0 na primeira fase.  Porém, na final a jovem equipe brasileira não foi páreo para os experientes americanos que devolveram o resultado e levaram o ouro. No entanto, o público reconheceu o esforço e a qualidade de nossos jogadores e os recebeu com muito carinho na volta ao Brasil.

Nascia ali uma nova tradição no esporte, e William, Montanaro, Bernard e Renan já eram ídolos de milhões de brasileiros que vibravam com os pontos e os inovadores saques “viagem” e “jornada nas estrelas”. O sucesso da equipe foi tão grande que em 1983, a chamada “Geração de Prata” foi capaz de lotar o estádio do Maracanã em uma partida amistosa contra a União Soviética, considerada a melhor seleção do mundo, na ocasião. 

Confira no vídeo abaixo imagens dessa partida histórica:
O êxito dessa equipe trouxe muitos investimentos e incentivou a popularização do vôlei no País, o que pôde ser comprovado oito anos depois, nos Jogos de Barcelona, em 1992. Já com nomes como Maurício, Tande, Giovane, Marcelo Negrão e Carlão, a equipe verde-amarela foi além e conquistou o ouro inédito, ao bater a Holanda por 3 sets a 0, na final.  Com o resultado, os comandados por José Roberto Guimarães se tornaram a primeira equipe sul-americana a conquistar tal feito, se consolidando como uma das grandes forças do esporte.

Confira abaixo, uma reportagem da TV inglesa sobre a final vencida pelos brasileiros: 

O auge, porém, viria com a chegada do técnico Bernardinho, levantador vice-campeão olímpico, em 1984. Após a sua chegada e com o amadurecimento de nomes como Giba, Nalbert, Gustavo, Serginho, Ricardinho, Ricardo Nascimento, entre outros, o Brasil conquistou praticamente todos os títulos que disputou. Foram três mundiais (2002, 2006 e 2010) e oito Ligas Mundiais (2001, 2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2009 e 2010).

O título mais importante dessa geração, porém, veio no templo dos Jogos Olímpicos: Atenas, em 2004. A equipe conseguiu superar a trauma da eliminação sofrida para a Argentina quatro anos antes, e atropelou todos os adversários. Na final, comandados por Giba, os brasileiros bateram a Itália - seu grande rival nas décadas de 90 e 2000 - por 3 sets a 1, conquistando o bi-campeonato.

Em 2008, em Pequim, o Brasil manteve o alto nível, mas desfalcado do levantador Ricardinho – que se desentendeu com o treinador Bernardinho no ano anterior – terminou mais uma vez com a medalha de prata, novamente perdendo para os americanos, por 3 sets a 1.

Nos anos seguintes, Bernardinho soube promover uma renovação na seleção, mas manteve alguns jogadores experientes e foi, justamente, essa mescla o ponto chave para as posteriores conquistas. Comandados por Murilo, irmão do meio de rede Gustavo, o Brasil conquistou duas Ligas Mundiais e uma Copa do Mundo.

Graças a estes brilhantes resultados e pelo esforço de todos estes heróis do esporte nacional, (incluindo também as conquistas femininas, que serão abordadas no próximo post) hoje o vôlei se consolidou como o segundo esporte do País e é reverenciado em todo o planeta, algo que antes só acontecia com o futebol. 

Lembrando que o futebol brasileiro nunca conquistou uma medalha de ouro em Jogos Olímpicos. O melhor resultado foi a prata conquistada, em 1988 – comandados por Romário e Bebeto, o Brasil sucumbiu ao forte jogo dos soviéticos na final em Seul, perdeu por 2x1 e terminou na segunda colocação.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Entrevista com o campeão

No último post, o blog contou um pouco da trajetória do iatista Torben Grael, passando pelo início de sua carreira até suas principais conquistas. Agora, para completar, Heróis Olímpicos do Brasil traz para você uma entrevista exclusiva com o maior atleta olímpico de nossa história.

Paulistano, radicado no Rio de Janeiro, Torben conquistou duas medalhas de ouro (1996 e 2004), uma de prata (1984) e duas de bronze (1988 e 2000). Atualmente, aos 50 anos, Torben segue praticando o esporte e promete brigar com o também bi-campeão olímpico Robert Sheidt por uma vaga na classe Star para os Jogos do ano que vem, em Londres.

Em conversa realizada via e-mail, Torben falou sobre as maiores conquistas de sua carreira, do ambiente na vila olímpica e de seus próximos desafios no esporte. Quanto à escolha do Rio de Janeiro como sede dos Jogos de 2016, o iatista torce para que haja melhorias no desenvolvimento dos esportes no País, mas se mostra um pouco decepcionado com o que tem visto até agora. Confira a entrevista na íntegra:

Heróis Olímpicos BR: De todas as Olimpíadas que você disputou, alguma ficou marcada em especial? Por quais motivos?
Torben Grael: Toda Olimpíada é muito especial. Se você conquistar uma medalha, mais ainda. Mas Atenas onde conquistei o segundo ouro foi o mais espcial, porque me elevou ao nível de maior atleta olímpico do País e por ter sido num lugar também especial para o Olimpismo.

HoBR: Quais as maiores lembranças que você tem daquela competição e como foi a preparação para atingir esse feito?
TG: Só tenho lembranças maravilhosas de lá. Deu tudo certo. Tínhamos nos preparado especialmente bem e chegamos lá muito confiantes por isso. As condições nos eram favoráveis e acabamos vencendo por antecipação, o que é pouco comum em nosso esporte.

HoBR: Como é o ambiente dentro da vila olímpica? Você se lembra de alguma história engraçada ou curiosa que tenha ocorrido durante uma Olimpíada que possa contar?
TG: Temos inúmeras histórias, algumas melhor nem contar (risos). Uma coisa interessante é que, em 2004, da nossa casa que se chamava Centauros (os quartos era divididos por nomes e não números), vieram quatro medalhas de ouro: no Iatismo classes Star e Laser, Vôlei de praia e Vôlei de quadra. Curioso, não?

HoBR:  Você foi vitorioso em todas as categorias que disputou no iatismo, mas você tem preferência por alguma delas em especial?
TG: É verdade, e isso é uma coisa realmente que me dá muita satisfação, mas Olimpíada é sempre mais especial para qualquer esporte.

HoBR: Quais são seus próximos desafios no esporte? Você pretende aumentar ainda mais o seu recorde como atleta olímpico?
TG: Como todo esportista, sempre procuro meus limites. A tarefa, porém, é cada vez mais dificil...

HoBR: O que você achou da escolha do Rio de Janeiro como sede dos Jogos de 2016? Você vê o Brasil em condições de realizar um evento desse porte e acredita que ele deixará um bom legado para o País?  
TG: Achei que a escolha do Rio como sede Olímpica em 2016 pudesse trazer uma transformação em politicas esportivas e na importância do esporte no nosso país. Mas estou cada vez mais cético quanto a estas mudanças.

HoBR: Além do iatismo, quais outros esportes você gosta de praticar ou assistir? 
TG: Adoro assistir esportes, especialmente o tênis, que também pratico, assim como o vôlei.

HoBR: Em quais modalidades ou atletas brasileiros você aposta para os próximos Jogos de 2012, em Londres?
TG: Torço para que meu esporte consiga manter a tradição de bons resultados.

terça-feira, 17 de maio de 2011

O rei dos mares

O Brasil deve sete medalhas olímpicas de sua história aos Schmidt, uma família dinamarquesa de velejadores. Mas quando deixou a Escandinávia rumo às terras tropicais no início do século passado, Preben, mal sabia que dois de seus netos se tornariam grandes nomes do esporte olimpico brasileiro. O mais velho, Torben, o maior deles, com cinco medalhas conquistadas, sendo duas de ouro.  

Torben Schimidt Grael nasceu em São Paulo, em 1960, mas se criou em Niterói (RJ), onde teve seu primeiro contato, aos sete anos, com o iatismo – esporte realizado com barcos movidos por propulsão à vela, com a ajuda dos ventos.

Incentivado pela família materna – todos velejadores – e pelo pai, um militar do Exército, Torben passou a velejar regularmente com seus irmãos Axel e Lars, na Bahia de Guanabara. O último, quatro anos mais novo seria seu primeiro grande parceiro na carreira. Presente de seu avô Preben, o primeiro barco que utilizou se chamava Aileen e havia sido usado por três velejadores dinamarqueses, medalhistas de prata nas Olimpíadas de 1912, em Estocolmo.

A primeira conquista veio em terras portuguesas, em 1983.  Ao lado de Lars, Torben venceu o campeonato mundial da classe Snipe, em Porto, naquele que seria apenas o primeiro de mais de trinta títulos conquistados na vela.

No ano seguinte, Torben conquistou sua primeira medalha olímpica: prata, na categoria Soling, nos Jogos de Los Angeles. A partir daí, o atleta passou a se dedicar à categoria Star, onde obteve resultados impressionantes que o levaram ao degrau mais alto do pódio nos Jogos Olímpicos.

Torben, no entanto teve que esperar mais três Olimpíadas para chegar ao primeiro ouro. Em 88, foi bronze, em Seul.  Mas em 1996, nos jogos de Atlanta, nos Estados Unidos, sua hora finalmente havia chegado e Torben pôde enfim ouvir o hino nacional, com a medalha de ouro no peito. Esses foram os jogos em que o Brasil conquistou o maior número de medalhas de sua história: 15, sendo três de ouro, três de prata e nove de bronze – um deles conquistado por seu irmão Lars.

Quatro anos depois, Torben foi bronze, nas Olímpiadas de Sidney, na Austrália. Paralelamente às conquistas olímpicas, o brasileiro venceu seis campeonatos mundiais e chegou à final de uma America’s Cup – a mais importante regata da Vela no mundo.

Porém, sua grande consagração veio em 2004, justamente em Atenas, o berço dos Jogos Olímpicos. Torben foi ouro na classe Star e se tornou o maior atleta olímpico brasileiro de todos os tempos. Atualmente, é seguido pelo também iatista Robert Scheidt (que também receberá um post especial), que possuí quatro medalhas, sendo duas de ouro, uma delas também conquistada nos Jogos da Grécia.

Em 2007, Torben anunciou que não disputaria os Jogos de Pequim, no ano seguinte, abrindo mão de expandir seu recorde e passou a se dedicar apenas à vela oceânica. Ao longo de sua carreira, o brasileiro brilhou também na categoria match race, uma competição entre apenas dois barcos. 

Seu irmão Lars, completa com mais um bronze, conquistado em 88, o quadro de sete medalhas da família Shmidt Grael na história dos Jogos. Se vivo, vovô Preben estaria muito orgulhoso.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

O primeiro tiro certo

É de se estranhar, mas a história olímpica do Brasil - um dos países mais pacíficos do planeta, e famoso por grandes equipes e atletas de futebol e vôlei – teve início justamente com uma bala de revólver. O disparo certeiro de Guilherme Paraense, nas Olimpíadas da Antuérpia em 1920, abriu o caminho de conquistas olímpicas nacionais e escreveu uma das páginas mais curiosas da história dos Jogos.

Naquele ano, a equipe de tiro, uma das poucas a representar o Brasil em sua primeira participação nos Jogos, viajou de navio rumo ao continente europeu. Avisados de que não chegariam a tempo ao local dos jogos por vias marítimas, a tripulação decidiu desembarcar em Lisboa, de onde viajariam de trem até a Bélgica, com parada em Paris.

Após 27 dias, a delegação brasileira desembarcou na Antuérpia em condições precárias e, para piorar, teve seu equipamento roubado em uma das ferrovias. Os brasileiros só puderam disputar os jogos devido a um belo gesto da equipe americana, que em uma das maiores demonstrações de espírito esportivo emprestou suas armas a Paraense e seus companheiros.

E foi graças à solidariedade rival e à pontaria certeira de Guilherme Paraense que o Brasil conquistou sua primeira medalha em Olimpíadas, o ouro na categoria tiro rápido (25 metros). No desempate, o brasileiro foi o único a acertar um disparo na mosca e com 274 pontos, de 300 em disputa, subiu ao lugar mais alto do pódio aos 36 anos.

A equipe de tiro ainda conquistou duas medalhas, uma de prata, com Afrânio da Costa na categoria pistola livre de 50 metros, e uma de bronze, na mesma categoria, por equipe. Sem apoio financeiro, o time brasileiro não pode defender seus feitos nos Jogos de 1924, em Paris.

Apesar de ter entrado para a história como o primeiro herói olímpico do Brasil, Guilherme Paraense foi mais reverenciado na Europa do que em seu próprio país. Nascido em Belém do Pará, em 1884, viajou jovem ao Rio de Janeiro onde ingressou na Escola Militar. Baixinho, mas com bom porte físico, Paraense se destacava por suas habilidades em tiros curtos.

Além do ouro olímpico, conquistou também a primeira colocação nos Jogos Atléticos Sul-Americanos de 1922, além de seis campeonatos nacionais. Seu grande amigo e companheiro no esporte foi Afrânio da Costa. Apesar de seus incríveis feitos, Paraense não quis competir nos Jogos de 1932 e 1936.

O primeiro herói olímpico do Brasil ostentou sua longa barba branca até os 83 anos de idade, quando um certeiro ataque cardíaco o abateu no Rio de Janeiro, em 1968. O Brasil não conquista medalhas no tiro desde os Jogos da Antuérpia, marcados pelo drama da viagem, pela pontaria dos brasileiros e a solidariedade americana.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Os Jogos Olímpicos


Antes de contar a história dos grandes atletas brasileiros que brilharam em Olimpíadas, é preciso fazer um breve resumo deste que é o maior evento esportivo do planeta e que teve início há milhares de anos.

Os primeiros Jogos Olímpicos datam de mais de 2700 anos atrás e aconteciam em Olímpia, na Grécia Antiga. O evento era uma celebração de tributo aos deuses e às qualidades atléticas dos competidores. Além disso, as Olímpiadas encorajavam a boa relação entre as várias cidades-estado que formavam a região grega. 


A origem desta competição é cercada de mitos e lendas. A mais popular delas, afirma que Zeus e seu filho Héracles foram os criadores dos Jogos Olímpicos, que assim como os jogos da era moderna, aconteciam de quatro em quatro anos. Baseado em inscrições encontradas em Olímpia, afirma-se que a primeira Olimpíada aconteceu em 776 a.C e que seu primeiro vencedor foi Coroebus, um cozinheiro da cidade de Elis.
Os jogos foram ganhando tradição ao longo dos anos, mas sucumbiram à medida que os romanos iam ganhando importância e influência em território grego. Segundo registros, a última Olimpíada foi disputada em 393 d.C., quando o imperador Teodósio I declarou que todas as práticas e cultos pagãos deveriam ser abolidos.

Jogos da Era Moderna

Mais de um milênio depois, já em 1884, Pierre de Frédy, mais conhecido como o Barão de Coubertain, com o objetivo de reviver os Jogos Olímpicos, fundou o Comitê Olímpico Internacional (COI) e dois anos depois, realizou a primeira Olímpiada dos Jogos Modernos, justamente em seu berço, Atenas, na Grécia.

Os jogos da Grécia receberam 240 atletas de 14 nações, e levou ao delírio o público que lotou o recém-construído estádio Panathinaiko. O sucesso do evento foi tão grande que os atletas locais pediram ao COI que Atenas fosse escolhida como sede fixa para os Jogos. A ideia foi logo rechaçada pelo comitê que previa mudança de sedes. Os jogos seguintes foram realizados em Paris, em 1900.


Em 1914 foi idealizada a bandeira dos jogos olímpicos, formada por cinco aros unidos entre si. Elas representam cada um dos continentes participantes: América, Ásia, Africa, Oceania e Europa. "Citius, Altius, Fortius", que significa em latim "mais rápido, mais alto, mais forte", é o lema olímpico.



De 1886 para cá, foram realizadas 29 Olímpiadas, sendo a última em Pequim, em 2008. Na ocasião, o Brasil foi representado por 277 atletas e conquistou 15 medalhas, sendo três de ouro, quatro de prata e oito de bronze.


A ginasta Larissa Latynina, da extinta União Soviética é a maior atleta olímpica de todos os tempos, tendo conquistado dezoito medalhas (nove de ouro) em três participações (Melbourne-56, Roma-60 e Tóquio- 64). Latynina é seguida pelo nadador Micheal Phelps, detentor do recorde de medalhas de ouro conquistadas numa só edição – 8, em Pequim, 2008. Phelps tem 16 medalhas no total, sendo 14 de ouro e duas de bronze e pode bater o recorde de Latynina em Londres-2012.

Ao todo o Brasil conquistou 91 medalhas, sendo 20 de ouro, 25 de prata e 46 de bronze, o que o deixa na 36ª colocação no ranking de todos os jogos. A melhor colocação brasileira aconteceu justamente em sua primeira participação, nos Jogos da Antuérpia, em 1920. O País terminou a competição na 15ª colocação.

Desde 1942, acontecem, também a cada quatro anos, os Jogos Olímpicos de Inverno, que abrange os esportes praticados na neve e no gelo. Desde 1994, as Olimpíadas de inverno acontecem sempre dois anos após a realização dos Jogos Olímpicos de Verão (antes eram celebrados simultâneamente). 

As próximas Olimpíadas de Verão acontecerão em Londres, em 2012, e posteriormente, no Rio de Janeiro, em 2016. A cidade brasileira venceu as candidaturas de Chicago, Madrid e Tóquio. Será a primeira vez que o evento será sediado na América do Sul.  Confira abaixo o vídeo institucional da candidatura carioca exibido em Copenhague, na Dinamarca, no dia em que o Rio foi escolhido sede das Olimpíadas.