quinta-feira, 2 de junho de 2011

A Geração de Prata e a Pátria de Joelheiras

O Brasil é conhecido mundialmente como o país do futebol, e o número de títulos e de grandes craques do esporte justifica tal alcunha. Além disso, todas as pesquisas apontam a modalidade de Pelé, Zico, Ronaldo e Neymar como a mais popular e amada do brasileiro. No entanto, o vôlei brasileiro vem ganhando cada vez mais espaço e popularidade, e, ao menos em número de conquistas, já superou o futebol.

Atualmente, o Brasil é o atual campeão Mundial de vôlei - tanto na categoria masculina quanto na feminina -, tem uma das ligas mais importantes e competitivas do planeta e nomes como Giba, Sheila, Murilo, Mari, Bernardinho e José Roberto Guimarães já são muito conhecidos e, sobretudo, admirados pelo público brasileiro. Mas antes de se tornar também o país do vôlei, o Brasil teve que se desenvolver muito no esporte e grandes nomes marcaram gerações passadas, sobretudo, em Olimpíadas.

Neste post, abordaremos as grandes campanhas do vôlei brasileiro apenas na categoria masculina e é impossível não citar a equipe de 1984, que deu início a essa história de conquistas nacionais: a inesquecível “Geração de Prata”.

O Brasil disputou todas as edições de jogos olímpicos desde que o vôlei foi inserido entre as modalidades, nos Jogos de Tóquio 1964, mas apenas vinte anos depois obteve sua primeira grande conquista. A seleção dirigida por Bebeto de Freitas e formada por Bernard, Bernardinho, Montanaro, Xandó, Fernandão, William, Renan, Ruy, Marcos Vinícius, Domingos Maracanã e Amauri encantou o Brasil e o mundo, e com a medalha de prata conquistada nos Jogos de Los Angeles abriu as portas para o desenvolvimento do esporte no País.

Na ocasião, o Brasil fez uma ótima campanha, batendo, inclusive, os Estados Unidos, por 3 sets a 0 na primeira fase.  Porém, na final a jovem equipe brasileira não foi páreo para os experientes americanos que devolveram o resultado e levaram o ouro. No entanto, o público reconheceu o esforço e a qualidade de nossos jogadores e os recebeu com muito carinho na volta ao Brasil.

Nascia ali uma nova tradição no esporte, e William, Montanaro, Bernard e Renan já eram ídolos de milhões de brasileiros que vibravam com os pontos e os inovadores saques “viagem” e “jornada nas estrelas”. O sucesso da equipe foi tão grande que em 1983, a chamada “Geração de Prata” foi capaz de lotar o estádio do Maracanã em uma partida amistosa contra a União Soviética, considerada a melhor seleção do mundo, na ocasião. 

Confira no vídeo abaixo imagens dessa partida histórica:
O êxito dessa equipe trouxe muitos investimentos e incentivou a popularização do vôlei no País, o que pôde ser comprovado oito anos depois, nos Jogos de Barcelona, em 1992. Já com nomes como Maurício, Tande, Giovane, Marcelo Negrão e Carlão, a equipe verde-amarela foi além e conquistou o ouro inédito, ao bater a Holanda por 3 sets a 0, na final.  Com o resultado, os comandados por José Roberto Guimarães se tornaram a primeira equipe sul-americana a conquistar tal feito, se consolidando como uma das grandes forças do esporte.

Confira abaixo, uma reportagem da TV inglesa sobre a final vencida pelos brasileiros: 

O auge, porém, viria com a chegada do técnico Bernardinho, levantador vice-campeão olímpico, em 1984. Após a sua chegada e com o amadurecimento de nomes como Giba, Nalbert, Gustavo, Serginho, Ricardinho, Ricardo Nascimento, entre outros, o Brasil conquistou praticamente todos os títulos que disputou. Foram três mundiais (2002, 2006 e 2010) e oito Ligas Mundiais (2001, 2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2009 e 2010).

O título mais importante dessa geração, porém, veio no templo dos Jogos Olímpicos: Atenas, em 2004. A equipe conseguiu superar a trauma da eliminação sofrida para a Argentina quatro anos antes, e atropelou todos os adversários. Na final, comandados por Giba, os brasileiros bateram a Itália - seu grande rival nas décadas de 90 e 2000 - por 3 sets a 1, conquistando o bi-campeonato.

Em 2008, em Pequim, o Brasil manteve o alto nível, mas desfalcado do levantador Ricardinho – que se desentendeu com o treinador Bernardinho no ano anterior – terminou mais uma vez com a medalha de prata, novamente perdendo para os americanos, por 3 sets a 1.

Nos anos seguintes, Bernardinho soube promover uma renovação na seleção, mas manteve alguns jogadores experientes e foi, justamente, essa mescla o ponto chave para as posteriores conquistas. Comandados por Murilo, irmão do meio de rede Gustavo, o Brasil conquistou duas Ligas Mundiais e uma Copa do Mundo.

Graças a estes brilhantes resultados e pelo esforço de todos estes heróis do esporte nacional, (incluindo também as conquistas femininas, que serão abordadas no próximo post) hoje o vôlei se consolidou como o segundo esporte do País e é reverenciado em todo o planeta, algo que antes só acontecia com o futebol. 

Lembrando que o futebol brasileiro nunca conquistou uma medalha de ouro em Jogos Olímpicos. O melhor resultado foi a prata conquistada, em 1988 – comandados por Romário e Bebeto, o Brasil sucumbiu ao forte jogo dos soviéticos na final em Seul, perdeu por 2x1 e terminou na segunda colocação.

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