sexta-feira, 3 de junho de 2011

A Pátria de Joelheiras (II)

No último post, contamos a história das grandes seleções masculinas de vôlei, especificamente da Geração de Prata, que conquistou o Brasil com a segunda colocação nas Olimpíadas de Los Angeles, em 1984, e deu início ao desenvolvimento do esporte no País. Porém, essa equipe não influenciou apenas os homens e os resultados podem ser vistos também nas últimas campanhas do vôlei feminino em Jogos Olímpicos e outras competições.

O Brasil é o atual campeão olímpico e número 1 do ranking da Federação Internacional de Voley Ball (FIVB) e tem uma das melhores Ligas do planeta. Porém, esse sucesso teve início na década de 90 e se deve muito a dois treinadores, que posteriormente trocaram de cargo: Bernardinho e José Roberto Guimarães.

O atual comandante da equipe masculina, Bernardinho, assumiu o comando da promissora seleção feminina em 1994, que contava com o talento de jogadoras como Ana Moser, Fernanda Venturini, Márcia Fu além das jovens Virna, Fofão e Leila. O Brasil que até então variava entre a 10ª e a 5ª colocações nas competições internacionais, iniciou o ciclo de vitórias dessa geração já no Mundial do mesmo ano, disputado em terras brasileiras. Na ocasião, o Brasil ficou com o vice, mas já dava mostras de que iria brigar com as cubanas pelo reinado da  modalidade.

O que se viu nos anos seguintes foi justamente uma grande rivalidade contra Cuba e muitas vezes o Brasil levou a melhor como no Grand Prix de 1994. Nos jogos de Atlanta, em 1996 as cubanas deram o troco e venceram as semifinais por 3 sets a 2, em uma partida histórica, que terminou com briga entre as atletas. Comandados por Ana Moser, a equipe não se abateu na disputa do bronze e bateu a Rússia, por 3 sets a 2, conquistando a primeira medalha olímpica do País nessa modalidade. 

A vingança contra Cuba veio no mesmo ano, com a vitória no Grand Prix de Xanghai, em vitória canarinho também no tie-break e que novamente terminou em confusão. O time seguiu um caminho de sucessos até o último título sob o comando de Bernardinho, o Pan Americano de Winnipeg em 1999.

 Nos Jogos de Sidney em 2000, novamente a equipe – já renovada, com Elisângela, Érika e Waleska - perdeu para Cuba na semifinal, e ficou apenas com o bronze após vitória diante dos Estados Unidos. Com a saída do técnico Bernardinho, que assumira a equipe masculina, as meninas do Brasil sofreram um grande baque e, devido a desentendimentos com o novo treinador Marco Aurélio Motta, não obteve bons resultados nos anos seguintes.

O caminho das vitórias só foi redescoberto em 2003, com a chegada do técnico José Roberto Guimarães, comandante da medalha de ouro em Barcelona, com o masculino. O treinador promoveu uma grande renovação com a convocação de jovens como Sheila, Mari, Paula Pequeno, Sassá, Walesquinha, Fabi, Carol Gattaz, entre outras.

Antes de conquistar títulos, porém, a equipe teve de sofrer um duro golpe, nos Jogos de Atenas, em 2004. A equipe manteve a sina de ser eliminada nas semifinais ao perder para a Rússia, por 3 sets a 2, depois de desperdiçar muitas chances de fechar a partida. A equipe acusou o golpe e dessa vez nem o bronze obteve.

Porém, José Roberto Guimarães e suas meninas souberam absorver o resultado e, mais amadurecidas, comandaram à época de ouro do vôlei feminino do País. A equipe conquistou os Grand Prix de 2004, 2005, 2006, 2008 e 2009. Mas o grande feito dessa seleção aconteceu nos Jogos de Pequim, em 2008.

Com incríveis atuações de Sheila e Paula Pequeno, o Brasil bateu todas as adversárias de forma incontestável, e ao vencer a final contra os Estados Unidos por 3 sets a 1, se livrou da fama de “amarelão” e conquistou a inédita medalha dourada. O resultado coroou o trabalho de quase vinte anos e colocou o Brasil de vez no topo do vôlei mundial.

Confira imagens da conquista do ouro inédito, em Pequim, ao som de We are the Champions, do Queen: 

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