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quarta-feira, 8 de junho de 2011

Bi-campeão em busca do recorde

Aqui no blog, já contamos a história de Torben Grael, o maior atleta olímpico da história do País. Agora, abriremos espaço para outro grande iatista brasileiro que pode até superar o recorde de seu antecessor: Robert Scheidt, dono de quatro medalhas olímpicas, sendo duas de ouro.

Robert nasceu em São Paulo, em 15 de abril de 1973 e já aos nove anos, incentivado pelo pai, começou a velejar nas águas da represa de Guarapiranga, no Yatch Club de Santo Amaro.  Na época, o menino loirinho, já alto e atlético para a sua idade, gostava de praticar tênis, mas foi mesmo na vela onde encontrou o caminho que o levaria à glória olímpica.

Aos 12 anos, Sheidt já era tri-campeão sul-americano da classe Optimist de vela, formada por crianças de 7 a 15 anos. Após excelentes resultados, o jovem mudou de categoria e foi colecionando títulos nacionais e, em 1990, decidiu que seria realmente um atleta de elite e viajou à Dinamarca e à Suécia, onde intensificaria seus treinos.

Em 1995, Robert Sheidt já era campeão mundial junior na categoria Laser, mas foi nos Jogos Pan-Americanos em Mar del Plata, na Argentina, que o brasileiro realmente se apresentou à imprensa e ao grande público brasileiro, com a medalha de ouro conquistada, seguido do primeiro título mundial adulto, conquistado em Tenerife, na Espanha.

A consagração, porém, viria no ano seguinte: com apenas 23 anos, Robert Sheidt supreendeu o mundo ao vencer a categoria Laser e conquistar sua primeira medalha de ouro olímpica. No mesmo ano, se formou em Administração na Universidade Presbiteriana Mackenzie.

A essa altura, Sheidt já era o grande nome do iatismo no planeta, e ele se manteve no topo nas três olimpíadas seguintes. Em Sidney 2000, conseguiu a prata. Em 2004, voltou a dominar as águas atenienses e abocanhou mais um ouro que já o colocava no seleto hall dos bi-campeões olímpicos.

Quatro anos depois, em Pequim, Sheidt teve a honra de ser escolhido o porta-bandeira da delegação brasileira no desfile de abertura no Estádio Ninho de Pássaro.

Na hora de competir, o brasileiro teve problemas no início das regatas, mas conseguiu se recuperar e terminou com mais uma prata que o colocou definitivamente na história do esporte olímpico do Brasil: Scheidt é o único atleta do País a conquistarquatro medalhas em quatro Olimpíadas consecitivas. 

Além das medalhas olímpicas, Robert Sheidt conquistou nove campeonatos mundiais, além de outros dois ouros e duas pratas nos Jogos Pan Americanos. Tal currículo o coloca atrás apenas de Torben Grael - que possui cinco no total -, mas em 2012 os dois disputarão uma vaga na classe Laser, e caso seja o representante brasileiro nos Jogos de Londres, Sheidt poderá se tornar o maior atleta olímpico brasileiro e único tri-campeão do País.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Entrevista com o campeão

No último post, o blog contou um pouco da trajetória do iatista Torben Grael, passando pelo início de sua carreira até suas principais conquistas. Agora, para completar, Heróis Olímpicos do Brasil traz para você uma entrevista exclusiva com o maior atleta olímpico de nossa história.

Paulistano, radicado no Rio de Janeiro, Torben conquistou duas medalhas de ouro (1996 e 2004), uma de prata (1984) e duas de bronze (1988 e 2000). Atualmente, aos 50 anos, Torben segue praticando o esporte e promete brigar com o também bi-campeão olímpico Robert Sheidt por uma vaga na classe Star para os Jogos do ano que vem, em Londres.

Em conversa realizada via e-mail, Torben falou sobre as maiores conquistas de sua carreira, do ambiente na vila olímpica e de seus próximos desafios no esporte. Quanto à escolha do Rio de Janeiro como sede dos Jogos de 2016, o iatista torce para que haja melhorias no desenvolvimento dos esportes no País, mas se mostra um pouco decepcionado com o que tem visto até agora. Confira a entrevista na íntegra:

Heróis Olímpicos BR: De todas as Olimpíadas que você disputou, alguma ficou marcada em especial? Por quais motivos?
Torben Grael: Toda Olimpíada é muito especial. Se você conquistar uma medalha, mais ainda. Mas Atenas onde conquistei o segundo ouro foi o mais espcial, porque me elevou ao nível de maior atleta olímpico do País e por ter sido num lugar também especial para o Olimpismo.

HoBR: Quais as maiores lembranças que você tem daquela competição e como foi a preparação para atingir esse feito?
TG: Só tenho lembranças maravilhosas de lá. Deu tudo certo. Tínhamos nos preparado especialmente bem e chegamos lá muito confiantes por isso. As condições nos eram favoráveis e acabamos vencendo por antecipação, o que é pouco comum em nosso esporte.

HoBR: Como é o ambiente dentro da vila olímpica? Você se lembra de alguma história engraçada ou curiosa que tenha ocorrido durante uma Olimpíada que possa contar?
TG: Temos inúmeras histórias, algumas melhor nem contar (risos). Uma coisa interessante é que, em 2004, da nossa casa que se chamava Centauros (os quartos era divididos por nomes e não números), vieram quatro medalhas de ouro: no Iatismo classes Star e Laser, Vôlei de praia e Vôlei de quadra. Curioso, não?

HoBR:  Você foi vitorioso em todas as categorias que disputou no iatismo, mas você tem preferência por alguma delas em especial?
TG: É verdade, e isso é uma coisa realmente que me dá muita satisfação, mas Olimpíada é sempre mais especial para qualquer esporte.

HoBR: Quais são seus próximos desafios no esporte? Você pretende aumentar ainda mais o seu recorde como atleta olímpico?
TG: Como todo esportista, sempre procuro meus limites. A tarefa, porém, é cada vez mais dificil...

HoBR: O que você achou da escolha do Rio de Janeiro como sede dos Jogos de 2016? Você vê o Brasil em condições de realizar um evento desse porte e acredita que ele deixará um bom legado para o País?  
TG: Achei que a escolha do Rio como sede Olímpica em 2016 pudesse trazer uma transformação em politicas esportivas e na importância do esporte no nosso país. Mas estou cada vez mais cético quanto a estas mudanças.

HoBR: Além do iatismo, quais outros esportes você gosta de praticar ou assistir? 
TG: Adoro assistir esportes, especialmente o tênis, que também pratico, assim como o vôlei.

HoBR: Em quais modalidades ou atletas brasileiros você aposta para os próximos Jogos de 2012, em Londres?
TG: Torço para que meu esporte consiga manter a tradição de bons resultados.